Sem Capitão e sem timoneiro

Isto é demasiada informação! Primeiro Vítor Gaspar demite-se por reconhecer o falhanço integral da política financeira que tinha seguido desde que tinha tomado posse. A seguir Passos Coelho nomeia para o substituir Maria Luís Albuquerque, que para além de ser uma pessoa da continuidade da mesma política financeira que Vítor Gaspar reconhece ter falhado ainda está envolvida dos Contractos Swap.
No dia seguinte Paulo Portas demite-se, alegando incompatibilidade com a escolha do sucessor de Vítor Gaspar, mas declarando que os demais membros do Governo da esfera do CDS não se irão demitir. E para finalizar o dia em beleza, Passos Coelho não só não se demite, como ainda recusa a demissão do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Isto tudo foi ontem.
Hoje de manhã, (à poucos minutos) fui consultar as notícias e dou-me de caras com esta Ministros do CDS Demitem-se hoje!
A minha pergunta é: Mas andam a gozar connosco? Impõem-nos 2 anos de austeridade cega, empobrecem o País de forma terrível. E agora que a coisa começa a gerar demasiada contestação retiram-se. Abandonam-nos à nossa sorte... E o que é que o Presidente da República faz? "Age" nos bastidores fazendo qualquer coisa. Se fez qualquer coisa, porquê que não impediu que isto acontecesse? Porquê que aceitou a nomeação de Maria Luís Albuquerque? (a suposta causa para a saída de Paulo Portas) Porquê que não demite o Governo, dissolve a Assembleia e Convoca um Governo de Salvação Nacional. Porque eleições antecipadas é uma despesa que neste momento o País não precisa!
E nós vamos sorrindo, vendo reality shows e aplaudindo muito.
Somos uma País que parece não ter solução, não por incompetência dos seus governantes, mas por inércia e desinteresse do Povo Português. E enquanto estivermos presos a esta inércia e desinteresse temos tão somente os  Governantes que merecemos!
É triste, mas é verdade.

Em defesa dos Alunos

A notícia que os professores irão fazer greve no primeiro dia de exames nacionais (17 de Junho) originou um verdadeiro churrilho de argumentos contra a mesma por parte do Ministério da Educação assim como da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP). Os argumentos são que tal medida lesa os alunos e que os mesmos devem ser defendidos. Que tal linha de raciocínio venha do Ministério até compreendo, mas da CONFAP é completamente ridículo.
Se estes cavalheiros quisessem de facto defender os interesses dos seus filhos, aprovavam esta greve, e todas as demais que têm sido convocadas.
Um Professor, neste momento, passa cerca de 80% ou mais do seu tempo a fazer tudo menos aquilo que é suposto, que é instruir. E notem bem que o termo é INSTRUIR e não educar. A educação vem do Lar, e neste momento é muito, mas mesmo muito má a educação dos alunos portugueses.
Entre preencher relatórios, requerimentos, impressos, duplicados e triplicados, etc, etc, sobra muito pouco tempo para instruir os alunos.

Outro aspecto bárbaro, e para o qual nunca a CONFAP se expressou contra, é que um Professor para chumbar um aluno tem de preencher papelada que nunca mais acaba (que não serve para nada, talvez para limpar o rabo do pessoal do Ministério da Educação), para além de correr o sério risco de ser repreendido pelo director da escola porque os chumbos baixam o ranking (outra barbaridade) da escola. Esta política só tem uma consequência: daqui a uma década Portugal vai ser um País de Senhores Doutores broncos, burros e idiotas, que não sabem fazer nada de útil. Mas os Senhores Papás ficam todos contentes porque o seu filhote é Dr (desempregado, mas Dr).

Meus caros senhores da CONFAP, querem zelar pelo futuro dos vossos filhos? Então acordem para a vida comecem a defender quem lhes vai dar formação para o Futuro, os Professores. Continuem a tratar os Professores como os feios, os porcos e os maus, e dentro em breve os vossos filhos vão ser uma cambada de inaptos com um canudo que não lhes serve para nada.

Francisco de Almeida

p.s. uma imagem que subscrevo na integra

Sobre palhaços e titulares de cargos públicos

Meu caro Senhor Miguel Sousa Tavares, lamento imenso informá-lo, mas o senhor enganou-se redondamente quando apelidou o Prof Aníbal Cavaco Silva de "Palhaço".

Como o senhor bem sabe, os palhaços são pessoas que dedicam a sua vida profissional a fazer os outros rir. Animam multidões, trazem bom ânimo, vestem-se de cores bem vivas, fazem a alegria de miúdos e graúdos, sendo presença obrigatória em qualquer circo.

Ora, Senhor Miguel, como é do conhecimento geral, nenhuma destas actividades pode ser atribuída ao Prof Aníbal Cavaco Silva.

Tanto quanto se sabe não faz rir ninguém, pelo contrário, há muita gente a chorar com a sua (ausência de) acção. Também não traz bom ânimo a ninguém, é aliás, conhecimento comum, que em certa circunstância o seu discurso foi de tal forma que houve pessoas a adormecer. não anima multidões, até porque não aparece junto ao Povo do qual é Presidente há mais de um ano e não se conhece nenhuma ocorrência em que tenha sido atracção de um espectáculo circense.

Senhor Prof Aníbal Cavaco Silva, lamento também dizer-lhe, mas errou ao mandar investigar as declarações do Senhor Miguel, afinal de contas, se há alguém que se deva considerar insultado nesta situação são os palhaços e não vossa excelência. Aliás, o Senhor Miguel, ao chamá-lo de palhaço esteve foi a elogia-lo pois atribui-lhes capacidades das quais o Prof carece de forma declarada. Considero até, que o Senhor Prof devia sim condecorar o Senhor Miguel por lhe ter feito um elogio tão generoso (ainda que desapropriado).

Francisco de Almeida

O Povo é quem mais ordena

Apesar de me ter sido impossível por razões profissionais ter estado presente na Manifestação de 2 Março, acompanhei as notćias da noite com bastante emoção, por ver que finalmente o Povo Português começa a acorda do turpor em que tem vivído estes últimos anos.
De todas as notícias que vi, devo destacar dois momentos. Um que mostra bem a falta de dignidade política dos políticos de hoje e a outra demonstra claramente que o povo está farto dos "Vampiros que sugam o sangue da manada".

Se na origem do primeiro momento temos o descarado oportunismo de vários elementos da política nacional, temos também a falta de Dignidade e Brio Profissional dos jornalistas. Numa manifestação completamente apartidária e sem vínculos a ideologias políticas, só através da total falta de dignidade é que pode justificar que os jornalistas que estavam a fazer as reportagens sobre a manifestação tenham ido pedir a opinião a representantes de partidos presentes no evento. Se houvesse um pingo de brio profissional, individual e patriótico da parte dos jornalistas, estes não teriam pedido a opinião desses senhores, que em tudo, literalmente TUDO, têm contribuído para a situação lamentável que Portugal atravessa, seja por acção directa (PS & Co) seja por inacção (CGTP, BE, etc). E se a atitude dos jornalistas foi má, os políticos abordados poderiam, naquele momento ter tido uma atitude digna e responder aos jornalistas que estavam ali como cidadãos e logo não lhes competia tecer comentários. Mas é claro que nenhum político deixaria passar uma oportunidade de se promover e logo trataram de dizer uma série de baboseiras que, em dado momento acho que nem eles estavam convencidos do que diziam.
E aproveito a oportunidade para deixar um recado a uma das senhoras (penso que associada ao PS) que disse que os Portugueses estão fartos desta austeridade. Minha Senhora, os Portugueses estão fartos é dos POLÍTICOS todos, o PS incluído. Porque enquanto o País passa fome, mulheres são forçadas a prostituírem-se para porem comida na mesa e dezenas de casas são entregues aos bancos semanalmente, os senhores banqueteiam-se com o que há de melhor, deslocam-se em carros topo de gama, vestem-se nas melhores e mais exclusivas lojas, etc, etc. E até hoje,nenhum de vós propôs:
* O fim das despesas de representação;
* O fim dos carros + motorista ao dispôr dos deputados, ministros, secretários de estado, etc, para fim oficiais e deslocações pessoais;
* Em resumo, nenhum de vós teve até hoje a coragem de  declarar, que no momento de crise extrema que Portugal atravessa, é IMORAL os Políticos e Governantes continuarem a viver como verdadeiros Lordes.

O segundo momento, e este é digno de ser divulgado, é quando uma pessoa ligada à organização força o Jornalista que estava a recolher a verborreia da senhora já referida acima a retirar-se daquele espaço dando a entender, de forma bastante inequívoca, que aquela senhora não tinha o direito de estar naquee local a expor opiniões.
Francisco Ribeiro

p.s. Lamentavelmente ainda não consegui encontrar os links para os vários momentos que refiro neste comentário, mas assim que os tiver irei actuliza-lo.
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Ficha técnica
Comentário elaborado na aplicação Blogger para Android

Greves o Civismo dos Portugueses

Hoje foi dia de greve do Metro de Lisboa, e uma vez mais os Portugueses deram provas da sua incrivel falta de civismo e respeito pelo bem estar alheio.
À semelhança da greve da semana passada assisti a situações lamentáveis e só vêem demonstrar que, apesar de tudo, nós MERECEMOS os governantes que temos.

As situações mais interessantes a que assisti hoje passaram por pessoas a esmagarem quem já estava dentro dos autocarros na ânsia animalesca de entrar para dentro dum veículo que já estava completamente cheio, pessoas a dirigir-se de forma agressiva e violenta a quem estava apenas a fazer o seu trabalho, ameaças de violência física, entre outros.
Felizmente não assisti a actos de violência física, nem hoje, nem a semana passada.

Contudo este tipo de conduta, só revela que nós ainda não merecemos governantes melhores. A verdade é que um Povo elege os Governantes com os quais se identifica. Se o mesmo tipo de pessoas continua no poder é porque, invariavelmente, o Povo Português se identifica e se revê neles.
Até aqueles que alegam não terem responsabilidade nestes governos porque não votam há bastantes anos, são também, e ainda mais, responsáveis pela presente situação. Cada vez que um cidadão abdica do seu direito de voto, está a deixar que outros escolham por ele e logo é conivente com a escolha que esses outros façam, seja ela boa ou (como na maior parte das vezes) má.

E para finalizar, como disse alguém no "Governo Sombra": Se estiveram 200mil na rua a protestar, quer dizer que em casa estavam 9milhões e 800mil a assistir.

Um bem haja

E se os carros andassem a água?

Entre as várias coisas altamente desagradáveis com que a nossa sociedade tem sido confrontada, a que mais danos tem causado à nossa economia é, sem dúvida, o aumento absurdo, vergonhoso e prepotente dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos. Para mim que sou leigo em lutas de poder e jogos económicos, torna-se difícil de compreender o que motiva estes comportamentos. E como leigo que sou, permito-me aqui dar uma pequena lição de economia aos senhores administradores das empresas de Combustíveis.
Senhoras e senhores administradores da Galp, BP, Repsol, Avia, e os demais, sejam bem vindos à aula "Gestão financeira da classe baixa" (ou "Como não empobrecer a longo prazo para Totós")
Imaginem vossas excelências que ao invés dos largos milhares de €uro$ mensais que cada um de vós tem ao seu dispor, ganham uns abastados 485€ por mês, realidade aliás da maioria das pessoas que trabalham para vossas excelências. Desses mui extensos 485€ vossas excelências têm de pagar a educação dos filhos, a renda da casa, as contas fundamentais (água, electricidade e gás) e a alimentação. Sobrará certamente imenso dinheiro, pois cada uma destas despesas é de valor baixíssimo. Para poderem auferir este enorme rendimento mensal, têm ainda de se deslocar aos vossos locais de trabalho. Para realizar tal deslocação têm duas hipóteses.
Hipótese A: irem de transportes públicos. Características desta opção: Diminuição do número de carreiras aliado ao aumento dos preços dos bilhetes/passes
Hipótese B: irem de veículo próprio. Características desta opção: Podem ir e vir quando quiseres, perdem horas no trânsito, gastam litros de combustível para estacionar ou pagam parquímetro, e pagam a gasolina/gasóleo/GPL mais caro da Europa.
Como os senhores, que são pessoas extremamente inteligentes, podem perceber, compensa mais desempregarem-se ficarem a receber o RSI (que são 485€/mês) e não gastarem dinheiro em combustível ou transportes para irem trabalhar.
Da mesma maneira que há este raciocínio fictício nesta aula, também o há na mente de muitos portugueses.
Ora bem, meus caros senhores administradores. Se fizermos agora um pequeno esforço de cabeça, torna-se fácil de perceber onde é que isto pode ir parar.
Se todas as pessoas que consoem combustíveis fósseis começarem a reduzir drasticamente o seu consumo, o lucro das vossas empresas começa a ser menor.
Como o vosso lucro começa a ser menor, todos vós irão fazer aquilo que é mais construtivo para a economia: Reduzir ordenados/dispensar pessoal. Se optarem por reduzir ordenados, irão fazer com que os vossos funcionários consumam menos, logo entra menos dinheiro numa série de empresas, que por sua vez também verão os seus lucros diminuírem e também elas irão dispensar pessoal ou reduzir os ordenados.
Por efeito bola de neve, ao fim de um período mais ou menos longo, o círculo ficará completo e irá chegar de volta às gasolineiras.
E é aqui que surge o vosso maior problema. Enquanto um humilde trabalhador está habituado a poupar e a fazer uma ginástica fantástica para que o seu ordenado chegue até ao fim do mês seguinte, muitos de vós nem sequer compreender o conceito de "fazer contas à vida".
A maior demonstração desta vossa dificuldade foi dada recentemente pelo nosso Presidente da República, ao afirmar que o dinheiro não lhe chega para as despesas quanto ganha bem mais do que a maioria dos portugueses (mas bem menos que vossas excelências).

Assim meus caros senhores, chegamos ao fim desta pequena lição que estou certo que ignorarão em toda a sua extensão. Desejo-vos um resto de vida boa, e que as "previsões" aqui expostas nunca se realizem, por se se realizarem e vós ficardes sem dinheiro, então nós, o Povo, estaremos condenados e morrer à fome.

Francisco Ribeiro

O essencial da (i)mobilidade

Ao apanhar o barco das 13h00 de Lisboa para o Seixal, fui brindado com mais uma das manifestações da extrema arrogância com que a Transtejo se tem comportado.
Por cima das cancelas de entrada estava uma pequena brochura intitulada "GRUPO TRANSTEJO ajusta a oferta, mantendo o essencial da Mobilidade Fluvial". Este breve texto surge como uma justificação ao atentado feito pela mesma empresa aos cidadãos que todos os dias recorrem ao serviços da Transtejo para poderem atravessar o rio Tejo. A título de exemplo pessoal, o novo horário corta-me cerca de 240min de productividade por semana pois sou forçado a apanhar barcos excessivamente cedo (sob pena de chegar atrasado ao local de trabalho) ou sair mais da formação que faço de forma contínua, perdendo tempo de aula.
A Transtejo, ainda gozando de forma vergonhosa com quem os sustenta, termina a brochura dizendo "O Grupo Transtejo lamenta o possível transtorno causado aos seus passageiros, mas está certo da sua compreensão, perante a inevitabilidade deste ajuste na manutenção da sustentabilidade do transporte fluvial." Acham com certeza que os passageiros sao broncos  e estupidos. Com aumento brutal do preço dos combustíveis, aliado ao aumento do preço das portagens das pontes sobre o Tejo, o número de utilizadores dos transportes publicos aumentou de forma significativa. Como isto não desse mais lucro às empresas, estas ainda aumentaram os preços dos bilhetes e dos passes sociais. E agora querem que as pessoas acreditem que a sustentabilidade do transporte fluvial está em causa? Se está em causa é por má gestão da presente administração, se está em causa então a empresa que torne publica as contas da empresas. Se querem a nossa compreensão então mostrem-nos como é que é administrado o produto dos passes e dos bilhetes. Talvez aí possam contar com a nossa compreensão, mas até lá permito-me ver nestas medidas somente a tentativa vergonhosa de manter as vidas milionárias dos quadros superiores da empresa com total desrespeito pelo cidadão anónimo que não tem outra possibilidade senão recorrer aos transportes publicos para poder trabalhar e sustentar o seu lar.

A todos um Bem Haja (incluindo aos senhores administradores da Transtejo)